Atraso na NR-1: um risco caro para empresas e a saúde mental dos trabalhadores

Atraso na NR-1: um risco caro para empresas e a saúde mental dos trabalhadores

Em 2024, quase meio milhão de trabalhadores brasileiros receberam benefícios por transtornos mentais — um aumento de 66% em relação ao ano anterior. Mesmo diante desse cenário alarmante, a atualização da NR-1, que deveria entrar em vigor em 26 de maio de 2025, foi adiada.

Essa decisão pode custar caro, tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. Isso porque a nova versão da norma prevê, pela primeira vez, a inclusão dos riscos psicossociais no mesmo patamar dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Ou seja, situações como bullying, assédio moral e assédio sexual passam a ser consideradas oficialmente riscos ocupacionais.

Por que o atraso preocupa?

De acordo com Ana Addobbati, fundadora e CEO da Livre de Assédio, postergar a aplicação da norma significa ampliar uma crise já instalada:

“Adiar essa mudança não resolve e pode aumentar o custo para as empresas que não começarem a olhar para esse tema com urgência.”

Os números confirmam essa realidade: em 2024 foram concedidos 472.328 benefícios por incapacidade temporária relacionados a transtornos mentais e comportamentais — o maior índice da última década.

O que muda com a nova NR-1

Com a atualização, as organizações passam a ter a responsabilidade de:

  • Implementar programas de gestão de riscos psicossociais;
  • Estabelecer mecanismos de monitoramento contínuo;
  • Promover ações concretas de prevenção e proteção à saúde mental dos trabalhadores.

O prazo de nove meses dado pelo governo para a adequação já se encerrou em maio, e muitas empresas ainda não se prepararam para essa nova realidade.

O recado para empresas e profissionais de SST

Ignorar a saúde mental como parte essencial da Segurança e Saúde do Trabalho (SST) não é mais uma opção. Além de gerar prejuízos financeiros, a negligência aumenta os riscos de afastamentos, ações trabalhistas e perda de produtividade.

Agora é a hora das empresas assumirem a liderança, se anteciparem à obrigatoriedade e transformarem seus ambientes em espaços mais seguros, saudáveis e humanos.

🔎 Reflexão final: a pergunta não é se sua empresa vai precisar se adequar à nova NR-1, mas quando. E cada dia de atraso pode custar caro — em dinheiro, em imagem e, principalmente, na vida e saúde dos trabalhadores.

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